Edifícios nas Pretas - Santo António, Lisboa

Recuperar a habitação no centro da cidade.

Enquanto colaborador da Contacto Atlântico Arquitectos ↓

 

Ambos os edifícios datam de finais do séc. XIX. O edifício azul tem, ainda hoje, inscrita na guarda de ferro que protege a bandeira da porta a data de 1876. Em síntese, pretendeu-se reabilitar estes dois edifícios mantendo a sua traça original, preservando todos os elementos de ambas as fachadas, as paredes meeiras e perimetrais de alvenaria de pedra e as duas caixas de escadas existentes. O seu mau estado de conservação justificou uma intervenção mais profunda em todo o espaço interior, possibilitando a sua adequação às características técnicas e funcionais da contemporaneidade e aos actuais usos propostos para cada espaço.

tipo reabilitação

função coautor e coordenador

área 1200 m2

ano 2018

estado construído

programa habitação colectiva

fotografias gonçalo henriques

 
 
 

A respeito das fachadas, todas as cantarias de pedra e revestimentos foram restaurados ou, quando necessário, substituídos por idênticos, e, nos pisos superiores, todas as caixilharias foram mantidas em madeira, respeitando o desenho original. A tardoz foi adicionada uma varanda em cada piso onde se pode usufruir de uma vista desafogada até ao castelo de São Jorge.

 
 
 

Como já mencionado anteriormente, comprovado que estava o estado de degradação do edifício, optou-se por reformular todo o seu interior à excepção das caixas de escada e átrios de entrada dado o seu valor arquitectónico. A estrutura existente foi substituída por um sistema estrutural com materiais aligeirados, onde a madeira, uma vez mais e como material original, acabou por predominar, facilitando assim a execução da obra. As caixas de escada foram totalmente restauradas e as paredes meeiras e perimetrais foram reforçadas. Também se acrescentaram elevadores junto às caixas de escada de cada edifício melhorando significativamente a sua acessibilidade.

 
 
 
 
 

Este conjunto ficou assim dotado de quatro tipologias T3 no edifício verde, duas tipologia T1 mais um estúdio no edifício azul e um espaço comum aos dois edifícios no piso térreo preparado para receber um restaurante com espaço exterior no logradouro. No que respeita à escolha dos materiais no interior das habitações, procurou-se acima de tudo privilegiar as cores claras uma vez que a fachada principal está orientada a norte e, claro, o uso da pedra e da madeira não só pela sua evidente relação com a metodologia construtiva existente mas também pelo seu carácter natural.

Reconstruir memórias sobre memórias.

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